Especialistas esperam apresentação de novidades no iPod, Apple TV e iTunes

A Apple apresentará nesta quarta-feira (1) versões melhoradas de seus dispositivos iPod e Apple TV, assim como novidades para o iTunes em evento realizado em sua sede em San Francisco, segundo os especialistas do setor.
A cada mês de setembro, a empresa de Steve Jobs se reúne com a imprensa para divulgar as novidades de seus produtos voltados para o mercado musical, apesar de os conteúdos serem mantidos em segredo para gerar expectativa nos mercados.
Se em 2008 foi apresentada uma versão mais fina do iPod e em 2009 foi visto pela primeira vez o iPod nano com câmera de vídeo integrada, este ano tudo indica que as novidades estarão no iPod Touch.
Os especialistas em tecnologia apostam que Jobs revelará hoje um novo modelo de iPod Touch, seguindo a linha do iPhone 4, com um processador mais rápido, tela com maior definição e melhorias em suas funções de vídeo e fotografia.
O dispositivo poderia servir para manter o interesse dos usuários pelo universo iPod, que perdeu espaço para o iPhone e o iPad, e cujas vendas estão caindo.
Espera-se também que Jobs divulgue um novo modelo da Apple TV, o receptor digital multimídia da empresa, que poderia incluir o acesso à compra ou aluguel de conteúdos como videogames, séries ou filmes para ver diretamente no televisor sem necessidade de download.
Não há dúvidas de que a Apple vai atualizar a loja de música na internet iTunes.
Entre outras coisas, está previsto que a empresa suspenda a limitação de 30 segundos por canção antes da compra, dando mais liberdade aos produtores para que estabeleçam quantos segundos querem que sejam liberados de forma gratuita.
Acredita-se, além disso, que o evento, que começará às 10h locais (14h de Brasília), servirá de palco para anunciar um novo serviço de aluguel de conteúdos audiovisuais através do iTunes.
Acompanhe as notícias sobre as novidades apresentadas pela Apple na Folha.com, a partir das 14h.

Internet dos carros promete fim da irritação no trânsito

Tecnologias cooperativas
Imagine um trânsito onde todos cooperam e ninguém precisa ficar irritado. E, mais do que isso, um trânsito no qual um sistema computadorizado inteligente impede o "efeito manada", virtualmente acabando com os famosos "congestionamentos por excesso de veículos".
Engenheiros acreditam que isto não apenas é possível, como já está ao alcance da tecnologia. Tudo o que é necessário fazer é criar a "internet dos carros".
Embora não possa controlar diretamente a irritação dos motoristas, a internet dos carros promete um sistema viário projetado a partir de tecnologias cooperativas, permitindo que cada elemento do sistema de trânsito - carros, motoristas, semáforos, placas de sinalização - coopere proativamente para criar um trânsito mais eficiente e mais seguro.
Cenários da internet dos carros
Os cenários planejados pelos pesquisadores são entusiasmantes.
Tudo pode começar antes de você pegar o carro pela manhã, com seu celular acordando-o 10 minutos mais cedo porque a chuva está tornando o trânsito mais lento.
Indo para o trabalho, antes que você esteja vendo ou ouvindo qualquer sirene, o painel de instrumentos do seu carro começa a emitir um aviso: "Veículo de emergência de passagem no próximo cruzamento!"
Você imediatamente tira o pé do acelerador, porque o semáforo à sua frente muda a programação, passa para o amarelo e, em seguida, para o vermelho. O carro de bombeiros passa velozmente porque sabe que encontrará uma sequência de sinais verdes à sua frente até chegar ao local do acidente.
Mas você também não fica na mão: antes mesmo que o semáforo passe para o verde, o navegador do seu carro sugere um desvio para evitar a área do acidente, fugindo de qualquer risco de congestionamento.
Como o sistema é cooperativo, ao seguir as orientações você ganha bônus, uma espécie de "quilômetros ecológicos", pontos concedidos aos motoristas cuidadosos e resgatáveis na forma de uma série de privilégios, como poder dirigir no centro da cidade, usar os corredores de ônibus fora da hora do rush e exceções nos dias de rodízio.
Ao entrar no estacionamento, seu copiloto automático lê uma mensagem em viva-voz, transmitida pelo carro atrás de você. É seu colega, perguntando se você tem tempo para um café. Você provavelmente terá, graças aos minutos preciosos ganhos com a ajuda da internet dos carros.
Sistemas de Transportes Inteligentes
Esse futuro sem irritação no trânsito, um futuro de trânsito amigável e motoristas cooperativos, será possível graças ao que os engenheiros chamam de Sistemas de Transportes Inteligentes.
Internet dos carros promete fim da irritação no trânsito
Imagine um trânsito onde todos cooperam e ninguém precisa ficar irritado. Os cenários planejados pelos pesquisadores para a internet dos carros são entusiasmantes. [Imagem: CVIS]
Os Estados Unidos, o Japão e a Europa já estão trabalhando no desenvolvimento de sistemas assim.
"Em todos os continentes, uma parte do espectro tem sido reservada para os sistemas cooperativos, 5,9 GHz nos Estados Unidos e Europa, e 5,8 GHz no Japão, ou seja, os sistemas de transporte inteligentes estão mesmo chegando," explicou Paul Kompfner, ao apresentar a proposta europeia para a internet dos carros.
A proposta europeia é utilizar uma plataforma aberta e capaz de operar em vários níveis, da comunicação automática entre os veículos e os sistemas de trânsito das ruas e estradas, até os dispositivos portáteis dos motoristas, como celulares e navegadores GPS.
O chamado Projeto CVIS (Cooperative Vehicle-Infrastructure System) já conta com a adesão de 62 parceiros, incluindo universidades, institutos de pesquisas e empresas.
Código aberto
Com um orçamento de 40 milhões de euros, os pesquisadores estão desenvolvendo várias tecnologias para criar uma internet dos carros totalmente integrada e, mais importante, de código aberto (open-source), um elemento essencial para a sua adoção em larga escala.
Já está pronto o esboço de uma infraestrutura completa de comunicações, incluindo especificação de hardware, protocolos de comunicação, middleware, interface para o desenvolvimento de aplicativo (APIs) e mecanismos para a integração interplataformas.
Na parte de comunicações a equipe do projeto CVIS desenvolveu uma plataforma que pode usar qualquer infraestrutura de comunicação conhecida, incluindo Wi-Fi, WiMAX, rádio, comunicação por satélite, DSRC (comunicação dedicada de curta distância), identificação por radiofrequência (RFID), microondas, 3G e até mesmo infravermelho.
Os testes iniciais estão sendo feitos em sete países europeus, em diferentes situações de uso. O ritmo do desenvolvimento encoraja Kompfner a afirmar que as "primeiras tecnologias da internet dos carros deverão ser adotadas a curto e a médio prazos".

Vazam imagens do novo mouse Arc Touch da Microsoft


Você se lembra do mouse Arc Touch da Microsoft? Ele ainda não foi lançado, nem mostrado oficialmente pela empresa, mas uma loja alemã parece ter se adiantado e, por descuido ou não, revelou imagens do novo gadget da Microsoft Hardware, divisão responsável pelos consagrados acessórios da empresa.
O modelo revelado tem a tradicional curvatura, característica de todos os mouses, mas pode ser esticado para facilitar o transporte. Apresenta indicador do nível de bateria, funciona em praticamente qualquer superfície, graças à tecnologia Bluetrack, e vem com um receptor USB minúsculo de 2,4 GHz.
Outro detalhe que se destaca é a "bolinha" de rolagem de páginas, aqui substituída por uma superfície sensível a toques.
Na Alemanha, ainda segundo a loja que vazou as imagens, o preço do Arc Touch é de 69,99 euros (equivalente a pouco mais de R$ 157), apenas 0,99 euros a mais que o Magic Mouse e Magic Trackpad, acessórios da Apple com finalidade semelhante.
Como a loja diz que o envio leva de cinco a dez dias, se tudo que consta lá for legítimo, a confirmação da Microsoft não deve demorar a ser feita.
Outras imagens podem ser vistas na galeria do Engadget pelo atalho http://bit.ly/bH4pJI.

Internet ajuda a popularizar linguagem "universal"


Que as pessoas de todo o mundo possam se entender graças a uma língua comum é uma utopia perseguida, por filantropia ou puro pragmatismo, há milênios. A narração bíblica da Torre de Babel teve sua enésima versão quando, no final do século XIX, um médico polonês difundiu uma língua adaptada para se tornar um idioma auxiliar internacional.
Ludwik Lejzer Zamenhof, oftalmologista e linguista polonês de origem judaica, assinou seu primeiro livro, A língua internacioal - publicado em 1887 - como Doktoro Esperanto (Doutor Esperanto), um pseudônimo que daria nome à nova linguagem artificial, em cuja criação ele havia trabalhado por mais de uma década.
Seu objetivo era que ela servisse como um idioma auxiliar internacional, uma segunda língua de fácil aprendizagem que permitisse a pessoas de qualquer parte do mundo se entenderem. Um papel utópico que, bem ou mal, tem sido desempenhado pelo inglês - ainda que a língua inglesa não tenha o caráter neutro com que sonhou Zamenhof.
Atualmente, aquela que muitos consideram uma língua morta é falada por um número de pessoas que, segundo fontes, oscila entre cem mil e dois milhões em todo o mundo, da China à América Latina. É uma estimativa ampla, que "se deve a não haver um censo que investigue o número de falantes do esperanto e ao fato de se poder incluir nesse número desde quem só sabe dizer 'bom dia' até quem a utiliza diariamente", explica o presidente da Federação Espanhola de Esperanto, Pedro Hernández.
"Na Espanha, as últimas estatísticas que tenho dizem que há cerca de 15 mil falantes de esperanto no país, ainda que não se tenha como saber com certeza, é mais ou menos como perguntar quantas pessoas tocam violão", explica.
Com o fim de debater sobre os métodos de aprendizagem e promoção desta língua, no mês passado foi realizado em Cuba o 95º Congresso Universal de Esperanto. Mais de mil pessoas de 60 apíses participaram de um encontro cuja primeiro edição se realizou em 1905 e que este ano tratou de demonstrar que "é uma língua sem fronteiras nas áreas da paz e da comunicação dos povos", segundo declarou neste encontro o presidente da Liga Internacional de Professores de Esperanto, Stefan MacGill.
O impulso da internet
Entre os métodos de promoção se sobressai a divulgação virtual. Na atual sociedade global, a internet vem dando um empurrão no esperanto, que ganha força como uma possibilidade de facilitar a comunicação com o mundo, embora nem os mais otimistas considerem que ela possa se posicionar como uma alternativa ao inglês.
"A internet proporcionou um 'boom' para o nosso idioma. Antigamente, nos anos 20, os esperantistas mantinham correspondência, mas as cartas levavam meses. Hoje temos meios como o correio eletrônico, os chats, Skype e redes sociais como Facebook, que fizeram com que muitas pessoas se interessassem pelo esperanto para se comunicar na rede", explicou Hernández.
O esperanto também chegou à Wikipedia, a famosa enciclopédia virtual livre, que dispõe de uma versão neste idioma que já inclui mais de 132 mil artigos.
O principal portal de aprendizagem virtual é o Lernu (lernu.net), um site gratuito criado em 2004 e que conta com mais de 89,3 mil usuários registrados, divididos por níveis - nulo, básico, médio e alto. Mas a internet é apenas uma das vias para aprender esperanto. As principais são os cursos presenciais ou por correio em associações, organizados pela Liga Internacional de Professores de Esperanto, e outra alternativa é aprender de forma autodidata.
"Com outros idiomas isso não seria possível, mas com o esperanto pode ser feito por causa de suas regras simples", explica Antonio del Barrio, diretor da Fundação Esperanto, fundada em 1969 por Miguel Sancho Izquierdo e que trabalha de forma paralela à Federação Espanhola, encarregando-se das questões administrativas, pesquisas históricas e trabalhos editoriais.
Essa estrutura simples a que se refere Del Barrio buscava permitir uma aprendizagem rápida por parte de pessoas com qualquer língua materna. Assim, o esperanto tem 16 regras gramaticais sem exceções, um alfabeto fônico que facilita a pronúncia, uma estrutura regular para suas terminações e uma base léxica formada por raízes do latim e de línguas indoeuropeias e germânicas.
Às possibilidades comunicativas que o esperanto oferece se soma uma vantagem que vem ganhando relevância nos últimos anos, o "pasporta servo" (serviço passaporte), uma rede mundial na qual as pessoas inscritas oferecem alojamento gratuito, com o único requisito de que o hóspede seja um falante de esperanto.
O serviço, que funciona desde 1974, pemite aos esperantistas viajar por todo o mundo de uma forma econômica e assim aproximar-se dos objetivos originais desta língua. "Há valores que incentivam a aprender esperanto, como o interesse por se comunicar com gente de outros países e conhecer outras culturas e isso reúne uma série de princípios éticos como o respeito aos demais", diz Pedro Hernández.
"Só uma língua ou também ideologia?"
Esses valores estão assentados vagamente na doutrina filosófica que impulsionou Zamenhof, o homaranismo, um ideário pacifista que "pretendia basear as relações humanas em valores humanistas", explica Hernández.
Mas os esperantistas esclarecem que não existe uma ideologia por trás da língua. "Há associações de esperantistas religiosas e ateias, de direita e de esquerda, de amigos dos gatos, homossexuais, ecologistas ou fãs de rádio. Afinal, a língua é um meio de comunicação e cada um a usa para as finalidades que bem entender", afirma o presidente da Federação Espanhola de Esperanto.
Esta separação não esteve tão definida nas primeiras décadas do século XX, quando o esperanto se associava a movimentos anarquistas e operários. Isso fez com que a Espanha fosse um dos centros do esperantismo durante o período da República (1931 - 1936) mas sofresse pressões durante a ditadura de Franco, sobretudo nos primeiros anos, e seus falantes eram vistos com receio.
"Durante o franquismo, houve pessoas que deixaram de falar o esperanto para não se meter em problemas, mas a situação na Espanha não foi muito radical, de fato, nos anos 60 havia simpatizantes do regime que o falavam. Na Alemanha de Hitler, por exemplo, o esperanto foi diretamente proibido e sob o regime de Stálin, na Rússia, se chegou inclusive a matar os esperantistas", cota Antonio del Barrio.
Hoje, já sem pressões governamentais nem vinculações políticas ou ideológicas, o esperanto sobrevive entre os que o veem como a utopia com tinas humanistas do doutor Zamenhof e os que defendem, com dados na mão, que é uma língua viva com usos reais e que tem excelente saúde graças às possibilidade que agora lhe trazem o mundo virtual.